segunda-feira, 30 de julho de 2012

Eu fui uma criança velha. Não fiz muitas travesuras, nunca fugi de casa e nem menti, dizendo que ia dormir a casa de uma amiga quando, na verdade, estava com um namorado ou numa discoteca qualquer. Sempre quis ser mais crescida do que era. Cinco anos e sete meses mais crescida, para ser exacta. Queria ser como tu. Exemplar aos meus olhos. Fisicamente eramos parecidos, mas não podíamos ser mais diferentes. Tu, calado, eu, tagarela. Tu, atleta, eu, preguiçosa. Tu, organizado, eu, um tufão. Tu, um herói, e eu? Eu, nada. Cresci a acreditar que era uma sombra de ti. Um clone mal feito.
Hoje? Fisicamente somos parecidos, mas não podíamos ser mais diferentes. Eu, realizada, tu, acomodado. Eu, forte, tu frágil. Eu correcta, tu, injusto. Eu feliz. E tu?

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