quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Impaciência hereditária

Não tenho jeito absolutamente nenhum para desenhar ou para trabalhos manuais. Tenho ideia que se houvesse um concurso mundial para encontrar a pessoa cujos desenhos parecem ter sido feitos por um elefante eu ganharia, posso dizer com orgulho. Este facto não resultaria em nenhum trauma de infância se o meu pai não desenhasse extraordinariamente bem e não fizesse vida disso. Ajudar-me nos trabalhos de Educação Visual era sempre um suplício. Eu preferia levar injecções a ter que fazer algum trabalho com a ajuda do meu pai. É que ele explicava-me uma vez como fazer determinada técnica e pretendia que eu, no minuto a seguir, a aplicasse correctissimamente. Ora, se atentarem no desenho abaixo, não vou precisar dizer mais nada a não ser isto: IM-POS-SÍ-VEL.




Quando a minha filha entrou para a escola, eu achava que ia ser uma óptima explicadora. Que nos íamos divertir imenso a estudar. Que Deus me livre de ser impaciente como o meu pai e achar que a minha pequena era inteligentíssima e perspicaz como ninguém.

Not.

Sou incorrigivelmente pior que o meu pai. Explico-lhe uma coisa e quero que ela imediatamente a seguir a tenha sabida, decorada, tudo. Conclusão: estou proibida de "ajudar" a minha filha na escola.
Mas, este ano, ai este ano. Este ano vai ser o tal. O tal em que me vou portar bem e que a vou realmente ajudar sem espernear.

Prometo.

Ai que estou tão tramada.

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